Este material é um resumo e não deve ser utilizado como a única fonte de informações, já que o assunto é complexo. O conteúdo foi simplificado, utilizando exemplos genéricos para facilitar a compreensão. As características apresentadas ao longo desse texto podem ou não ocorrer exatamente como descrito, podendo haver nuances e peculiaridades. Não há uma regra ou padrão fixo para o tema abordado.
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Para entender melhor o assunto da mãe narcisista, é importante conhecer algumas denominações utilizadas na área.
Nomenclaturas e Siglas
A Narcisista Patológica pode não ter sentimentos verdadeiros e, por isso, precisa buscar suprimentos emocionais de outras pessoas.
Existem dois tipos de suprimentos que ela busca: o negativo e o positivo. No suprimento negativo, ela provoca em outras pessoas tristeza, mágoa e medo. Já no suprimento positivo, ela mostra sua máscara de pessoa extrovertida e alegre, com o objetivo de conseguir atenção e elogios.
É importante entender que a Narcisista Patológica é capaz de manipular e controlar as emoções das pessoas ao seu redor, visando satisfazer suas próprias necessidades, mesmo que isso signifique machucar os outros. É fundamental que as vítimas desses abusos identifiquem o comportamento abusivo e busquem ajuda para se proteger e se recuperar dos danos emocionais causados.
Suprimento
A mãe narcisista é alguém que apresenta padrões de comportamento que podem ser altamente nocivos para seus filhos. Esses padrões incluem negligência e abusos de diversas formas, como físicos, emocionais, verbais e até mesmo sexuais.
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V E R B A L:
Humilhar com palavras. Usar palavras para ferir. Pode ser sutil e disfarçado.
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E M O C I O N A L:
Por omissão: ignorar as necessidades emocionais da criança.
Por ação: cobrar comportamentos fora da capacidade infantil. Manipular, mentir, fazer terrorismo psicológico, etc.
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F Í S I C O:
Por omissão: negligenciar a criança (deixar de alimentar, orientar, vestir, cuidar, etc.). Sair, e deixar crianças sozinhas na casa.
Por ação: agredir fisicamente. Pode não deixar marcas, algo leve, para causar impacto psicológico, também é abuso.
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S E X U A L:
Sem contato: expor a criança a conteúdo sexual (revistas, filmes). Falar de sexo precocemente. Expor o corpo e órgãos sexuais para a criança. Enxergar erotização na criança.
Com contato: tocar a criança de forma sexual ou praticar ato sexual. Pode começar como brincadeiras de abaixar a calça ou tirar roupas. Passar cremes no corpo da criança. A mãe pode esconder os abusos na hora do banho, ficando nua com a criança. Nem sempre é algo explícito. Pode ser velado, para não ser identificado.
Tipos de Abusos
Muitos filhos (a) negam os abusos que sofrem de suas mães, tentando justificá-los como meros sintomas de tristeza e depressão. Acreditam que, com amor e paciência, sua mãe irá se curar. No entanto, muitas vezes essas mães são incapazes de amar e suas atitudes são propositalmente nocivas.
O narcisismo é um transtorno de personalidade que de acordo com o DSM V faz parte do agrupamento B de Personalidades Dramáticas e Imprevisíveis: Aqui, encontram-se pessoas com personalidades que são frequentemente emocionais, imprevisíveis e provocam fortes emoções, raiva ou ansiedade imediata ao seu redor. Os transtornos neste agrupamento incluem o antissocial, o borderline, o histriônico e o narcisista.
A personalidade do narcisista é considerada perversa e apresenta traços maldosos, o que resulta em comportamentos abusivos e fazem vítimas.
Por isso, é importante entender que pessoas que sofrem apenas de depressão não são abusivas, e por isso não há estudos sobre "vítimas do transtorno depressivo". É preciso estar atento aos sinais de um comportamento abusivo e buscar ajuda quando necessário.
Mãe Narcisista X Mãe Depressiva
Na teoria, a família é o ambiente que acolhe a criança com amor e respeito, contribuindo para a sua formação como um ser humano pleno e saudável. No entanto, nem todas as famílias são formadas por pais mentalmente saudáveis. Pessoas com transtornos mentais também podem casar e ter filhos, resultando em uma família disfuncional, como no caso de uma mãe com Transtorno de Personalidade Narcisista.
É importante ressaltar que há uma grande diferença entre conflitos de relacionamento e abuso. Enquanto conflitos são comuns e podem ser resolvidos com diálogo, o abuso é uma forma de violência psicológica, física ou sexual que causa danos à vítima. No caso de uma mãe narcisista, a convivência nunca foi pacífica e ela sempre foi agressiva, causando mal estar em quem está próximo a ela.
A Família Disfuncional
O Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) é um distúrbio psicológico que pode afetar indivíduos de todas as classes sociais, gêneros e raças. No entanto, é importante destacar que o diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado, após uma avaliação cuidadosa do paciente.
Para que uma pessoa seja diagnosticada com TPN, ela deve apresentar a maioria destes traços (cinco ou mais):
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Sentimentos exagerados de auto importância e expectativas de tratamento especial;
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Fixação por fantasias de poder;
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Autoimagem de superioridade;
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Necessidade constante de ser o centro das atenções;
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Senso de que deve ser obedecido;
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Exploração de outros para ganho pessoal;
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Falta de interesse em simpatizar com os sentimentos e necessidades dos outros (falta de empatia);
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Intensa inveja e crença de que é invejado;
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Atitude arrogante.
É importante lembrar que esses traços não devem ser avaliados isoladamente, mas em conjunto e dentro do contexto da personalidade do indivíduo. Além disso, é fundamental que a avaliação e o tratamento sejam realizados por profissionais capacitados em saúde mental.
O que é Narcisismo Patológico?
MN
Uma mãe narcisista é aquela que coloca suas próprias necessidades e desejos acima dos filho (a), buscando constantemente admiração e validação, muitas vezes à custa da saúde emocional da criança. Ela tende a ser insensível às emoções do filho (a), podendo manipulá-lo (a) emocionalmente para satisfazer suas próprias carências. Esse tipo de mãe muitas vezes trata o filho (a) como uma extensão de si mesma, sem respeitar sua individualidade, e pode alternar entre idealizá-lo (a) e desvalorizá-lo (a). Ela também pode ser excessivamente controladora ou competitiva, vendo o sucesso do filho (a) como uma ameaça. Crescer com uma mãe narcisista pode afetar a autoestima e as relações do filho (a) ao longo da vida, deixando cicatrizes emocionais e dificuldades em estabelecer limites saudáveis.
Bode Expiatório
É o termo utilizado para se referir à vítima da MN, que geralmente é tratada como o "saco de pancadas" ou "capacho" da família.
Essa vítima é frequentemente exposta para a sociedade como problemática e louca. Ela era uma criança empática e dócil, que era mais fácil de ser dominada pela MN. Ela a expõe como um fardo, para se mostrar como mãe sacrificada e, muitas vezes, usa essa vítima como justificativa para suas atitudes abusivas.
Apesar de ter sido criada em um ambiente abusivo, o Bode Expiatório pode não se identificar com os valores da MN. Ele pode ter a consciência de que algo está errado, mas ainda assim pode ter dificuldade para se libertar da situação de abuso.
Algumas vítimas conseguem perder o contato com a realidade e nunca conseguem sair da casa da MN, enquanto outras optam por fugir muito cedo e cortar laços com toda a família. É importante lembrar que, independente da escolha, a vítima merece apoio e compreensão por parte da sociedade.
Dourado
É o termo utilizado para descrever o filho (a) troféu de uma mãe narcisista. Este filho (a) é aquele que a mãe geralmente mostra para a sociedade, como uma forma de provar que é uma boa mãe.
No entanto, o "Dourado" pode sofrer menos ou nenhum abuso. Ele pode até mesmo se tornar um narcisista patológico, se identificando com sua mãe e achando que possui apenas um "gênio forte", como ela. Além disso, ele pode reproduzir os valores da mãe, incluindo suas crenças, religião e comportamentos. Em alguns casos, pode até mesmo se juntar com a mãe nas agressões ao "Bode", que é o membro da família mais vulnerável e acuado.
Facilitador
É geralmente o pai que vê o que a mãe faz, mas é omisso e não faz nada para proteger os filhos, mas pode ser qualquer outra pessoa que permita ou facilite o comportamento abusivo da MN.
Eles têm medo da MN e não conseguem defender seus filhos. Sua vida gira em torno da NP e eles não conseguem ver além disso. Em muitos casos, a MN já escolhe um parceiro que seja submisso para ajudar a sustentar essa dinâmica doentia.
Narcisista Oculto
É muito difícil de identificar, pois geralmente não apresenta as características de forma expressiva como a forma clássica. Muitos pais que aparentam ser facilitadores podem, na verdade, ser narcisistas ocultos.
Esses comportamentos narcisistas são percebidos por pequenos gestos, como um olhar de superioridade ou de reprovação discreto, além de comportamentos que buscam sempre a aprovação e a admiração dos outros, mesmo que de forma sutil.
É importante estar atento aos comportamentos e padrões de relacionamento para identificar esses tipos de personalidade, mesmo que ocultos.
Macaco Voador
É uma expressão usada para descrever pessoas que são manipuladas pela MN para se voltarem contra o Bode.
Pode ser o Dourado, o pai facilitador ou qualquer pessoa que a MN consiga manipular para se voltar contra o Bode. Quanto mais aliados, mais ela se torna forte e sua narrativa se propaga como verdade. Essas pessoas muitas vezes dizem coisas como: “Mas sua mãe é uma pessoa tão boa, tão generosa. Ela se preocupa tanto com você. Faz tudo por você. Você não tem vergonha de ser um filho (a) tão ingrata?”. É importante reconhecer esses aliados e entender que eles podem não ter uma visão clara da situação, pois estão sendo manipulados pela MN.
Triangulação
É uma tática comum utilizada pela MN para controlar as relações interpessoais em sua família ou grupo social. Ela consiste em utilizar a comunicação indireta como forma de manipular e gerar conflitos.
Na triangulação, a MN é o centro das informações e utiliza de diferentes estratégias para manter o controle sobre as pessoas ao seu redor. Ela pode agir de forma diferente com cada um, criando uma imagem falsa de si mesma para manipular as percepções dos outros.
Por exemplo, a MN pode fofocar sobre um irmão com outro irmão, gerando conflitos entre eles e evitando que se comuniquem diretamente. Ela pode envolver outros membros da família ou amigos, criando uma rede de aliados para si mesma.
Ao passar informações manipuladas, a MN pode evitar que as pessoas descubram a verdade sobre suas ações ou manipulações. Com isso, ela agrega macacos voadores, ou seja, pessoas que são manipuladas para agir em benefício da MN e contra outras pessoas, sem perceber que estão sendo usadas.
Gaslighting
É uma forma de manipulação que a MN utiliza para confundir e desestabilizar a vítima.
A MN faz coisas horríveis e, quando confrontada, nega tudo. Ela pode dizer que é apenas imaginação da vítima, que nunca aconteceu ou que aconteceu de forma diferente.
Esse comportamento faz com que a vítima se sinta confusa, insegura e vulnerável, tornando-a mais fácil de ser manipulada pela MN. O gaslighting pode ser difícil de detectar, mas é importante prestar atenção aos pequenos sinais.
Baiting ou Iscagem
É uma tática utilizada pela MN para provocar uma reação negativa no Bode, com o objetivo de desestabilizá-lo emocionalmente.
A MP provoca o Bode repetidamente até que ele perca a compostura. Então, ela acusa-o de ser instável e desequilibrado, usando a reação dele como prova de que ele é o problema.
Quando confrontada sobre sua provocação, a MP faz gaslighting, negando que provocou a reação do Bode ou minimizando sua própria responsabilidade.
Campanha Difamatória
É uma estratégia comum da MN para desacreditar o Bode e manter sua imagem de "boa mãe" intacta.
Essa campanha geralmente envolve falar mal do Bode pelas costas, espalhar mentiras e intrigas, destruir amizades e fazer com que o Bode se sinta isolado e sem apoio.
A MN busca minar qualquer credibilidade do Bode, para que ninguém saiba o que acontece na família. Ela pode até mesmo difamar o Bode sob o pretexto de estar preocupada com a saúde mental dela, sugerindo que ela precisa ser internada. Essa tática é especialmente eficaz quando a MN consegue manipular outras pessoas da família ou amigos em comum, que passam a duvidar da sanidade e da palavra do Bode.
Gatilhos
São eventos, situações ou estímulos que desencadeiam uma reação emocional intensa e desproporcional em uma pessoa que sofreu traumas ou abusos.
Para uma pessoa que sofreu abuso por parte de uma mãe narcisista, os gatilhos emocionais podem ser bastante comuns e desencadear reações intensas. A mãe narcisista pode ter agido de forma abusiva em diferentes situações ou ter usado certas palavras ou comportamentos para manipular e controlar a pessoa, de modo que esses estímulos possam facilmente desencadear uma resposta emocional intensa.
Esses gatilhos emocionais podem disparar lembranças dolorosas do passado, causando flashbacks, que são experiências em que a pessoa revive o momento traumático como se estivesse acontecendo novamente. É importante lembrar que essas reações são reais e podem ser extremamente perturbadoras para a pessoa, mesmo que os outros não compreendam a sua intensidade ou causa.
Cativeiro
É o termo utilizado para descrever o ambiente familiar em que o filho (a) vive com uma mãe narcisista. É um lugar marcado por conflitos, agressões e medo, tornando-se muitas vezes uma verdadeira prisão domiciliar.
A mãe narcisista procura isolar o filho (a), limitando seu contato com outras pessoas e controlando seu ambiente social. Isso ocorre porque a MN teme que o filho (a) revele algo sobre os abusos sofridos. Ela está sempre vigilante em relação às pessoas com quem ele (a) fala, o que ele (a) diz e faz, além de manipular e controlar seu comportamento e emoções para garantir a lealdade e obediência do filho (a).
Codependência
É um comportamento em que uma pessoa se coloca em segundo plano, colocando as necessidades e desejos de outra pessoa antes dos seus próprios. No contexto de uma mãe narcisista, o filho (a) pode se tornar codependente, aceitando os abusos e defendendo a mãe, mesmo que isso a prejudique.
O filho (a) codependente pode ter medo de perder a figura materna e, por isso, prefere manter a relação disfuncional a não ter mãe alguma. Ele (a) tolera tudo e encontra desculpas para o comportamento abusivo da mãe, como "mas toda mãe é assim" ou "tem famílias piores".
É importante ressaltar que a codependência não se limita a morar junto com a mãe narcisista. É um aspecto emocional em que o filho (a) se torna preso (a) a um padrão de relacionamento disfuncional com a mãe, muitas vezes prejudicando a sua própria saúde mental e emocional.
Pedra Cinza
É uma técnica utilizada por pessoas que sofrem abusos da MN para lidar com os comportamentos manipulativos e provocativos desse tipo de indivíduo.
Essa técnica consiste em não reagir emocionalmente aos baitings da MN, o que pode levar a uma diminuição dos abusos. No entanto, essa técnica geralmente não resolve o problema subjacente do abuso narcisista.
Embora essa técnica possa ser útil para reduzir o estresse e a ansiedade associados aos abusos, ela pode levar a um estado de anulação total da personalidade, onde a pessoa se torna um "vegetal" emocional, incapaz de expressar emoções e necessidades. Isso pode ser perigoso para a saúde mental da pessoa, pois pode levar a um estado de depressão e falta de autoestima.
É importante lembrar que a técnica da Pedra Cinza não é uma solução para lidar com o abuso narcisista, mas sim uma ferramenta temporária para lidar com as provocações da MN.
Contato Zero
É uma técnica eficaz para que os filhos (a) se libertem dos abusos: consiste em cortar totalmente o contato com a mãe narcisista, não só fisicamente, mas também emocionalmente.
Muitos (as) filhos (a)s se afastam fisicamente, mas ainda mantêm contato por telefone e mensagens, o que permite que os abusos continuem. É importante entender que a conexão emocional permite que a MN continue a atingir o filho (a), mesmo estando longe. Por isso, o contato zero envolve não só o afastamento físico, mas também o bloqueio de qualquer forma de comunicação e a busca de ajuda profissional para lidar com os efeitos emocionais do corte de contato.
Características da Mãe Narcisista
Características que podem indicar a presença do Transtorno de Personalidade Narcisista em uma mãe ou em outras pessoas:
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Excessiva preocupação consigo mesma e com a própria imagem: Foco constante na aparência, status e como é vista pelos outros.
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Falta de empatia e consideração pelos sentimentos alheios: Desinteresse pelas emoções ou necessidades dos outros, especialmente dos filhos.
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Necessidade de ser admirada e reconhecida como superior: Busca constante por validação, com a crença de que merece um tratamento especial.
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Inveja e ciúmes dos outros, incluindo os filhos: Sentimento de competitividade com os filhos e uma necessidade de se sentir superior a eles.
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Comportamentos manipulativos e controle excessivo sobre os filhos: Tentativas constantes de controlar as escolhas, emoções e comportamentos dos filhos, muitas vezes de forma insidiosa.
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Dificuldade em admitir erros e tendência a culpar os outros: Relutância em aceitar responsabilidades, preferindo transferir a culpa para os outros.
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Tendência a idealizar ou desvalorizar as pessoas de forma extrema: Variações abruptas entre adoração e desvalorização, sem meio-termo.
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Falta de limites e respeito pela privacidade dos outros: Ignora os limites pessoais dos outros, invadindo seu espaço físico e emocional.
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Tendência a projetar sentimentos e pensamentos próprios nos outros: Acredita que todos pensam e sentem como ela, e acusa os outros de ter suas próprias intenções.
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Busca por emoções fortes e excitantes: Necessidade de constante estimulação, muitas vezes através de comportamentos dramáticos ou arriscados.
Esses traços são complexos e podem não se manifestar claramente. Alguns deles também podem ser encontrados em pessoas normais, mas no perfil narcisista, são distorcidos e desequilibrados por razões peculiares ao transtorno.
Exemplos de características em mães narcisistas (baseados em pesquisas com filhos (as) de mães narcisistas):
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Precisa ser o centro das atenções: Fala alto, faz piadas forçadas ou usa sensualidade para se destacar. As conversas se tornam um monólogo, onde os outros servem apenas para ouvir suas histórias e opiniões.
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Egoísmo e falta de empatia: Não consegue enxergar os sentimentos ou necessidades dos outros. Espera que as pessoas a ajudem, mas nunca retribui essa ajuda.
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Comportamento controlador e autoritário: Deseja dominar a vida dos outros, impondo sua vontade sem considerar as opiniões alheias.
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Manipulação emocional: Usa suas emoções para controlar e manipular, fazendo os outros se sentirem culpados, envergonhados ou até mesmo amados, dependendo de sua necessidade.
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Dificuldade em pedir desculpas: Nunca admite que está errada, usando desculpas superficiais, como "Desculpe se te ofendi", mas nunca se desculpando de forma genuína.
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Vazio emocional e falta de autenticidade: Sua interação é superficial, imitando outras pessoas para parecer interessante, mas não consegue ser espontânea ou genuína.
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Comportamento dissimulado: É agressiva e abusiva com os filhos, mas apresenta uma fachada diferente na frente dos outros. Na rua, exibe uma imagem positiva enquanto, em casa, revela seu lado mal-humorado e controlador.
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Projeção psicológica desequilibrada: Acredita que os outros pensam e sentem como ela, projetando seus próprios pensamentos nos outros e acusando-os de intenções ou sentimentos que são próprios.
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Inveja patológica e crença de que é invejada: Acredita que todos invejam sua vida e vê a inveja onde ela não existe, muitas vezes até projetando sua própria inveja nos outros.
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Arrogância e sensação de superioridade: Se considera superior e nunca ouve a opinião dos outros, pois acredita saber tudo.
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Autossuficiência falsa: Afirma que não precisa de ninguém e se apresenta como forte e independente, mas essa atitude é uma defesa contra suas inseguranças.
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Necessidade de estar acima dos outros: Fica extremamente irritada se alguém tiver mais sucesso ou conhecimento, não aceitando ficar abaixo ou no mesmo nível que outra pessoa.
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Competitividade excessiva: Vê tudo como uma competição e não suporta que outros tenham sucesso ou conquistas. Pode até minimizar os problemas alheios para se sentir mais importante.
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Desvalorização constante dos outros: Diminui os outros para se sentir superior, especialmente quando você compartilha suas conquistas. Nada do que você faz é bom o suficiente.
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Alienação parental: Tenta afastar os filhos de seus pais, criando um ambiente hostil para destruir o vínculo familiar, o que pode resultar em danos emocionais irreparáveis.
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Valorização excessiva das aparências: Preocupa-se obsessivamente com sua imagem social, procurando sempre mostrar-se perfeita, mas sem se importar com a verdadeira autenticidade.
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Exibicionismo: Gosta de mostrar seus bens materiais e realizações para impressionar os outros, em vez de simplesmente aproveitar suas conquistas de forma privada.
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Materialismo e obsessão por dinheiro: Acredita que seu valor está relacionado a bens materiais e dinheiro, e usa isso para manipular ou se beneficiar dos outros.
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Hipocondria e necessidade de atenção: Constantemente se apresenta como doente ou frágil para receber atenção e cuidados, frequentemente se colocando na posição de vítima.
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Mentira compulsiva: Usa a mentira como uma ferramenta para manipular e controlar as situações, muitas vezes distorcendo a realidade para se beneficiar.
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Falta de respeito pela privacidade: Invade a privacidade dos outros, controlando seus espaços e até observando seu corpo de forma invasiva.
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Vingança e rancor: Se sente contrariada, pode planejar vinganças cruéis e calculadas, às vezes por anos.
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Reclamação constante: Sempre vê o lado negativo de tudo e encontra falhas em todas as situações, o que pode se tornar exaustivo para aqueles ao seu redor.
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Sabotagem de conquistas alheias: Tentativa de prejudicar o sucesso ou felicidade dos outros, seja minimizando suas vitórias ou espalhando fofocas.
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Estagnação pessoal: Se recusa a mudar ou evoluir, mantendo-se na zona de conforto e ignorando qualquer tipo de crescimento pessoal ou profissional.
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Escolhe o momento e local dos abusos: Abusa emocionalmente em momentos e lugares onde não há testemunhas, para garantir que sua vítima se sinta isolada e vulnerável.
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Humilhação pública: Gosta de expor as falhas dos outros publicamente, usando a humilhação como forma de controle.
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Intolerância a críticas: Não consegue lidar com críticas construtivas e se torna defensiva ou agressiva quando é confrontada. No entanto, ela mesma é excessivamente crítica em relação aos outros.
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Incapacidade de presentear com sinceridade: Os presentes são dados mais por obrigação ou manipulação, do que por um verdadeiro desejo de agradar. A falta de personalização e de cuidado nas escolhas de presentes é evidente.
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Expressões faciais e voz raivosas: Quando alterada, a expressão facial de uma pessoa narcisista pode ser agressiva, e sua voz, carregada de raiva, pode ser intimidadora, especialmente para crianças.
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Se apropria das conquistas alheias: Tende a se apropriar do sucesso dos outros, buscando reconhecimento por realizações que não são suas, enquanto coloca a culpa do fracasso de outros unicamente sobre eles.
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Negligência: Falta de cuidados essenciais, como orientação médica adequada ou atenção emocional, e falha em proteger os filhos de abusos e negligência por parte de terceiros.
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Desmerecimento para se sentir superior: Usa palavras depreciativas como "burro", "fraco" ou "patético" para diminuir os outros e afirmar sua superioridade.
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Comportamento excessivamente sexual: Pode manifestar comportamentos sexualmente inapropriados, incluindo a erotização precoce dos filhos ou mesmo abusos sexuais.
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Desprezo pela depressão e outras vulnerabilidades: A mãe narcisista vê a depressão e outras dificuldades emocionais como fraquezas, e pode tratar esses problemas com desdém ou até agressividade.
A Fala da Mãe Narcisista
As falas das mães narcisistas frequentemente seguem padrões semelhantes, revelando abuso verbal e emocional. Muitas dessas frases podem permanecer na mente do filho (a) por um longo tempo, perpetuando o dano psicológico e afetivo. Além disso, algumas dessas expressões refletem o senso de grandiosidade e controle característico do narcisismo da mãe.
É fundamental lembrar que essas palavras não representam a realidade do filho (a), mas sim o comportamento distorcido e manipulador da mãe narcisista. Reconhecer esse padrão é essencial para proteger-se e estabelecer limites saudáveis nas relações.
Se você se identifica com essas falas, saiba que não está sozinho (a). Muitas pessoas enfrentam situações semelhantes e é importante buscar apoio para lidar com esses abusos e iniciar o processo de recuperação emocional.
Fazendo Projeção
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"Você é tão egoísta que só pensa em si mesmo!"
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"Você é insuportável."
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"Você tem um temperamento ruim. Ninguém gosta de você."
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"Agradeça por ter a minha tolerância. Lá fora, ninguém vai suportá-lo!"
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"Neste mundo não existem pessoas boas. Você nunca terá amigos de verdade."
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"Você é uma vadia/vagabunda/preguiçosa e, por isso, não consegue nada."
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"Os homens são todos iguais."
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"O casamento é um inferno."
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"Você acha que eles são seus amigos? Espere até precisar deles!"
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"Você é tão patética, acha que existe amor de verdade?"
Sua Existência é um Peso
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"É culpa sua que eu sou infeliz/pobre/que seu pai foi embora/ me traiu, etc."
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"Você destruiu meu corpo e minha beleza!"
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"Seu pai/eu, queria te abortar! Deveria ter te abortado."
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"Você não deveria ter nascido! Foi um acidente!"
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"Os filhos só servem para destruir a vida! Ter filhos é um fardo/uma cruz. Ter filhos é coisa de gente burra."
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"Só tive você porque não me deixaram abortar, porque minha família me obrigou, porque seu pai me estuprou/etc."
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"Eu queria ter um menino! Mulheres não prestam para nada!"
Desprezando/Diminuindo
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"Você é igualzinha à fulana" (comparando com alguém que você não gosta)."
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"Tenho vergonha de você."
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"Você não sabe lidar com dinheiro. É muito lerda. Não serve para isso."
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"Essa roupa/maquiagem/sapato/... é vulgar!"
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"Seu cabelo não é tão bom quanto o da sua irmã."
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"Você passou nesta faculdade só porque é fácil. Você conseguiu este emprego porque qualquer um consegue. Eles diminuíram o nível do curso porque até você conseguiu entrar."
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"Não sou sua mãe, eu te encontrei no lixo."
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"Você é tão ruim quanto seu pai!"
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"Você é preguiçosa e chorona. Acha que vai conseguir um trabalho decente assim? Se conseguir, não será capaz de lidar com o tranco."
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"Você não é minha filho (a). É filho (a) do demônio/diabo/satanás."
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"Você é burra, feia, fraca, incapaz, retardada, ridícula, insuportável, patética e etc."
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"Eu sou boa demais para você. Cuidei de você demais. Você não merece."
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"Você merece se dar mal na vida."
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"Eu faria melhor. Se fosse eu, no seu lugar, teria feito/conseguido."
Negando Abusos (Gaslighting)
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"Não me lembro disso ter acontecido."
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"Você chora por qualquer coisa."
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"Você era uma criança terrível."
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"Você tem uma imaginação muito fértil. Isso nunca aconteceu."
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"Não foi assim que aconteceu. Sua memória está distorcida."
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"Você é sensível demais. É uma exagerada."
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"Você viu isso em algum filme e misturou as coisas."
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"Você está louca. Vou te internar."
Justificando Abusos
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"A vida é difícil para os fracos."
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"Fui tratada muito pior do que você. Você deveria estar agradecido por eu ser tão boa com você."
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"Você não sabe o que é sofrimento. Eu que sofri mais na vida."
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"Pare de drama. Eu só estou te ensinando a ser forte."
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"Eu deveria ter te batido mais. Isso é por falta de uma surra."
Ameaçando
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"Deus está vendo/Deus vai te castigar/Deus está comigo."
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"Você não merece ser feliz. Você destruiu minha vida. Deus é minha testemunha. A ira de Deus vai cair sobre você."
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"Quem você pensa que é?"
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"Você quer guerra? Então vai ser guerra! (Após algo que você fez, sem querer)."
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"Te boto pra fora dessa casa! Você não tem ninguém nesse mundo. Ninguém liga pra você. Eu sou a única que ainda te tolera."
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"Eu vou te internar! Você é louca!"
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"Eu que te sustento! Faço o que quiser com você!"
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"Quem você pensa que é? Meça suas palavras ao falar comigo!"
Se Vangloriando
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"Quando eu era jovem, era a melhor em... /Todos me elogiavam/ Falavam que eu era a melhor, a mais bonita/ Onde eu passava todos homens olhavam/ Hoje era pra eu ser..., se você não tivesse nascido."
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"Eu sou a melhor mãe que conheço. As outras mães, por aí fora, são bem piores."
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"Eu vivi muito! Tenho mais experiência que todo mundo que conheço."
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"Eu aguentei o tranco de criar essa família. Se fosse você, não ia dar conta. É coisa pra mulheres fortes."
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"Eu sou guerreira. Enfrentei muitas batalhas na vida e venci todas."
Rebaixando
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“Você não é nada sem mim. Só está aqui porque eu te deixei.”
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“Você não tem capacidade para isso. Deixa que eu faço.”
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“Você é uma criança. Não tem maturidade para tomar suas próprias decisões.”
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“Você é inútil. Não serve para nada.”
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“Você nunca vai ser bom o suficiente. Sempre vai ser um fracassado.”
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“Você é um perdedor.”
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“Não tem nenhum talento. É um zero à esquerda.”
Desvalorizando
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“Ninguém vai te querer. Você é feio/feia, bobo/boba, chato/chata.”
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“Isso é muito difícil para você. Melhor nem tentar.”
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“Você nunca vai conseguir. Desista.”
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“Seu sonho é bobagem. Não vai levar a lugar nenhum.”
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“Isso não é para você. É coisa de gente inteligente.”
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“Você não tem habilidade para isso. Deixe para os profissionais.”
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“Você não tem dinheiro para isso. Deixe para quem pode pagar.”
Características do Filho (a) de Mãe Narcisista
A filho (a) de uma mãe narcisista pode desenvolver um perfil emocional e comportamental específico durante a infância, que pode ser alterado pelos abusos vividos ao longo do tempo. Esses abusos frequentemente geram sintomas que podem levar a dificuldades e limitações psicológicas.
Embora esses sintomas sejam comumente associados ao abuso infantil, é importante observar que nem todos os filhos (a)s de mães narcisistas apresentam esses sinais. A manifestação dos sintomas depende do tipo, intensidade e duração do abuso. Quanto mais graves os abusos, quanto mais cedo eles se iniciam e quanto mais duradouras forem suas manifestações, mais profundas serão as marcas deixadas na vida do filho (a).
Entre os sintomas comuns em filho (a)s de mães narcisistas estão a baixa autoestima, a dificuldade de confiar nos outros, o medo da rejeição, dificuldades em relacionamentos interpessoais, a dificuldade em expressar sentimentos, culpa excessiva, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, automutilação, entre outros.
Vale ressaltar que esses sintomas podem ser superados com o auxílio de apoio psicológico profissional. A filho (a) não deve sentir culpa ou vergonha por experimentar tais sintomas. O acesso a apoio e cuidados adequados é fundamental para a recuperação emocional e mental do filho (a).
Na Infância
Durante a infância, a filho (a) é, inicialmente, uma criança alegre, carinhosa, dócil, introvertida e empática, características que a tornam mais vulnerável à manipulação de uma mãe narcisista. Técnicas como o gaslighting (uma forma de manipulação emocional) tornam a criança confusa, insegura e medrosa.
Os abusos podem levar a uma regressão comportamental, manifestada por ações como enurese (fazer xixi na cama), chupar o dedo, medo do escuro, dificuldades na fala, entre outras. A criança também pode apresentar comportamentos desorganizados e criar um mundo imaginário como uma fuga da realidade.
Além disso, a filho (a) pode imaginar um cenário alternativo em que tenha uma mãe diferente, como uma atriz de TV ou uma professora admirada. Ela também pode fantasiar sobre arranjar um namorado ou casar-se cedo, na tentativa de escapar do ambiente abusivo.
É comum que a criança se sinta isolada pela mãe narcisista, não saindo para brincar com outras crianças e criando um mundo interno de fantasia. É importante destacar que tais comportamentos são um reflexo do abuso e não indicam a verdadeira personalidade da criança.
Na Adolescência
Durante a adolescência, os efeitos do abuso se tornam mais evidentes. A filho (a) pode passar a sentir-se inadequada, com baixa autoestima, tendência a se isolar, dificuldades em lidar com relacionamentos sociais, pensamentos suicidas, apatia e outros sintomas psicossociais debilitantes. Além disso, o bullying na escola pode agravar esses sentimentos de exclusão, principalmente se ela for proibida de socializar ou sair de casa.
O impacto do abuso pode também se refletir na aparência da adolescente, que pode estar malvestida ou malcuidada. Isso pode ser uma manifestação da negligência emocional e física do lar, como não usar roupas adequadas para a sua idade ou não cuidar da higiene pessoal, como deixar de usar sutiã ou desodorante.
Na adolescência, o abuso pode intensificar-se, especialmente se a mãe narcisista começa a ver a filho (a) não apenas como uma ameaça ao seu poder, mas como uma rival. Algumas mães narcisistas podem, inclusive, acusar seus filhos (a)s de quererem estabelecer um vínculo incestuoso com o pai, uma acusação completamente infundada e prejudicial.
Na Vida Adulta
Na vida adulta, os efeitos do abuso tornam-se ainda mais evidentes. A filho (a) pode experimentar uma sensação constante de desconexão consigo mesma, duvidar de sua sanidade e se sentir desamparada e isolada. Pode tornar-se excessivamente insegura, demonstrando grande empatia, mas colocando suas próprias necessidades em último lugar, sem conseguir afirmar seus limites ou dizer "não".
É comum que ela se torne introvertida, com dificuldades em manter empregos devido à falta de habilidade em lidar com pessoas e conflitos. O emocional do filho (a) pode estar profundamente ferido, e ela pode se sentir incapaz de lidar com responsabilidades cotidianas, se esquivar de confrontos e evitar situações de tensão.
Esse filho (a) pode também carregar a sensação de que sua missão de vida é ajudar a mãe, sem saber como se defender ou se identificar com as comemorações familiares como o Dia das Mães, o Natal ou outras festas familiares. Ela pode ter a sensação de não ser "real" ou de ter perdido o contato com a própria identidade, o que pode resultar em uma profunda incapacidade emocional e psicológica.
Lidar com uma mãe narcisista pode ser uma experiência emocionalmente desafiadora e profundamente prejudicial para os filhos (a)s. Reconhecer os padrões de comportamento narcisista, além de buscar e estabelecer limites saudáveis, são passos fundamentais para proteger o bem-estar e a saúde mental. Embora o caminho para a recuperação seja árduo, a conscientização sobre o abuso e a busca de apoio terapêutico são essenciais para romper o ciclo de abuso narcisista e criar as condições para uma vida mais equilibrada, saudável e plena.