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Entendendo a ansiedade:
Como conviver melhor com ela.

 A ansiedade é um estado emocional comum que todos os seres humanos experimentam em diferentes níveis em suas vidas, é uma característica biológica do ser humano que surge como uma resposta natural do corpo em situações de perigo real ou imaginário. Ela se manifesta através de sensações físicas desagradáveis e outras alterações associadas ao funcionamento do sistema nervoso autônomo.

 

 É importante ressaltar que existe a ansiedade normal, que faz parte do funcionamento saudável do corpo e da mente, e a ansiedade patológica, que pode causar grande desconforto e prejuízos para a vida da pessoa.

 

 A ansiedade normal pode ser compreendida como uma resposta adaptativa do organismo em situações de perigo ou ameaça, que prepara o indivíduo para lutar ou fugir. Essa resposta era fundamental para a sobrevivência do homem primitivo, pois o ajudava a enfrentar ameaças como predadores e outros perigos. Atualmente, a ansiedade ainda desempenha um papel importante em nossa vida, sendo um sinal de alerta que nos ajuda a nos preparar para situações importantes, como entrevistas de emprego ou apresentações públicas. No entanto, é importante ressaltar que a ansiedade não deve ser excessiva ou paralisante, e sim uma força que nos move para frente e nos ajuda a alcançar nossos objetivos. Portanto, é importante lembrar que a ansiedade é uma resposta natural e adaptativa do organismo, mas em alguns casos pode se tornar excessiva e prejudicar o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo. 


 A ansiedade patológica é caracterizada por uma sensação de medo ou apreensão constante e desproporcional em relação às situações enfrentadas pelo indivíduo, causando sofrimento e interferindo em sua vida cotidiana. Diferentemente da ansiedade normal, que ajuda o indivíduo a se preparar para situações desafiadoras, a ansiedade patológica paralisa o indivíduo e o impede de aproveitar momentos em família e com amigos. Essa forma de ansiedade é tão intensa que pode levar o indivíduo a evitar situações em que se sinta exposto a possíveis perigos, mesmo que essas situações sejam seguras e não representem nenhum risco real. Essa evitação pode limitar a vida social e profissional do indivíduo e levar a um isolamento emocional. Além disso, é comum que o indivíduo sinta medo sem saber exatamente do que, o que pode aumentar ainda mais sua angústia e sofrimento.
 

 

 Como é uma crise de Ansiedade?

   

 Uma crise de ansiedade pode ser uma experiência muito angustiante e pode variar em gravidade e duração de pessoa para pessoa. Alguns dos sintomas comuns que podem ocorrer durante uma crise de ansiedade incluem:

  • Aceleração do batimento cardíaco

  • Sensação de falta de ar ou sufocamento

  • Tonturas ou vertigens

  • Sudorese excessiva

  • Sensação de nó na garganta ou aperto no peito

  • Sensação de medo intenso ou pânico

  • Pensamentos obsessivos ou preocupação excessiva

  • Sensação de perda de controle ou iminência de morte ou desastre

 

 Em casos mais graves, as pessoas podem experimentar sintomas como despersonalização, que é uma sensação de estar separado do próprio corpo ou da realidade, ou até mesmo ataques de pânico. É importante lembrar que os sintomas da crise de ansiedade podem ser semelhantes aos sintomas de outras condições médicas, como ataques cardíacos, por isso é importante buscar ajuda médica se você tiver dúvidas ou preocupações. A busca por ajuda profissional é essencial para identificar a causa da ansiedade e estabelecer um plano de tratamento adequado.

 Como é o tratamento?
  

 A ansiedade patológica é uma condição que deve ser diagnosticada por um profissional capacitado, como um psicólogo, psiquiatra ou neurologista. O tratamento geralmente envolve sessões de psicoterapia para ajudar o indivíduo a reconhecer e lidar com os gatilhos da ansiedade, além do uso de medicamentos, como ansiolíticos ou antidepressivos, prescritos por um médico psiquiatra.

 

 Além disso, é importante que o indivíduo busque atividades que o ajudem a aliviar a tensão gerada pela ansiedade, como meditação, pintura ou outras atividades que proporcionem prazer. Mudanças na alimentação e a prática regular de exercícios físicos também podem ser úteis para melhorar a qualidade de vida.

 

 Vivemos em uma sociedade ansiosa, em que somos constantemente bombardeados por informações. Isso pode causar a sensação de que precisamos estar sempre conectados e atualizados sobre tudo, o que pode ser prejudicial à nossa saúde mental. É importante que possamos nos permitir momentos de pausa e autocuidado para prevenir ou evitar o desenvolvimento de doenças como a ansiedade.

 

 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 10% da população brasileira convive com transtornos de ansiedade. 
 

 

 E o que pode gerar ansiedade nos dias de hoje? 
   

 Sabemos que as redes sociais contribuem diariamente para o aumento da ansiedade no mundo. Ao passarmos boa parte do nosso tempo em mídias sociais, "maratonando" séries ou engajados em atividades e grupos que não gostamos, sem perceber, podemos estar nos boicotando e não entrando em contato com nossas vulnerabilidades.

 

 A vida em cidades grandes como São Paulo é agitada, e a maioria dos empregos acontece em lugares fechados, sem luz natural e com muitos ruídos. As residências seguem o mesmo padrão, e as ruas estão abarrotadas de carros, motos, buzinas e outras dificuldades que enfrentamos diariamente.

 

 Todos nós sabemos que uma máquina que trabalha em alta rotação diariamente necessita de um tempo de manutenção para poder funcionar perfeitamente. No entanto, muitas vezes não fazemos nossa manutenção diária para continuarmos produzindo conforme queremos.

 

 É comum encontrar pessoas que não consideram a si mesmas como prioridade. Colocamos tantas coisas em primeiro lugar que acabamos por nos esquecer que somos tão importantes e que merecemos cuidados, assim como cuidamos tão bem de nossos bens materiais. Precisamos cuidar bem da nossa alma!

 

 Esses acontecimentos diários nos causam emoções, sentimentos e sensações, alguns muito intensos. Um tempo para drená-las também é muito necessário. Em outras palavras, são como gotas de água enchendo uma garrafa. Se de vez em quando a garrafa não for esvaziada, em algum momento a água vai transbordar, e com isso teremos um problema maior.

 

 Somos impulsionados a atingir metas inatingíveis para nos sentirmos "bem", porém no fundo, não sabemos se estamos realmente satisfeitos ou não, se estamos no caminho para alcançar o que é valioso para nós.

 

 Agora, vamos pensar um pouco!

 

 Imagine que, na infância, somos uma semente regada pelos nossos familiares ainda na terra. A água com que nos regam são as expectativas e o modo de vida que querem que sigamos. Então, nos tornamos plantinhas, que podem se moldar retinhas conforme os modelos que nossos familiares e a sociedade nos passaram ou podemos ser plantinhas que tendem para um outro lado que não o que eles planejavam. Então, crescemos e podemos perceber que algo não está bem, o que pareceu certo e seguro por muitos anos já não nos satisfaz mais. Temos novas escolhas e não sabemos muito bem como lidar com isso. Percebemos que não queremos ser iguais a quem nos regou, queremos um novo mundo, mas que envolve novas escolhas, sentidos e julgamentos. Esta descoberta não é indolor e nos gera ansiedade.

 

 Neste momento de conflito e dúvida, pode ser a hora certa para procurar um psicólogo.

 

 A ansiedade muitas vezes resulta do conflito entre o que o indivíduo quer ser versus o que os outros querem que ele seja.

 

 Qual é a função do psicólogo?

 

 A função do psicólogo é auxiliar o paciente em seu processo de autoconhecimento, acolhendo, escutando, analisando e intervindo em seu comportamento, sentimentos e pensamentos. O objetivo é ajudá-lo a compreender e refletir sobre suas questões pessoais, bem como identificar padrões disfuncionais de comportamento e pensamento que possam estar interferindo em seu bem-estar.

 

 Durante esse processo, é comum que o paciente se sinta estressado e ansioso, pois ele percebe que está lidando com questões profundas e que pode ser necessário desconstruir crenças e comportamentos antigos para promover mudanças positivas em sua vida.

 

 É importante lembrar que o crescimento pessoal pode gerar ansiedade, já que estamos lidando com mudanças e incertezas. No entanto, é através desse processo que podemos evoluir e alcançar uma vida mais satisfatória e plena.

 

 Portanto, o papel do psicólogo é ajudar o paciente a se conscientizar das questões que o incomodam e a trabalhar para promover mudanças positivas em sua vida. Isso é feito através de um processo colaborativo entre paciente e terapeuta, em um ambiente seguro e acolhedor.

        

 

 Como eu posso conviver bem com a minha ansiedade?

 

 Quando nos sentimos ansiosos, é importante refletir sobre o que está desencadeando essa ansiedade. Isso é um exercício diário que não deve ser deixado apenas para o dia da terapia. Devemos avaliar se as escolhas que fazemos são realmente algo que nos agrada, que nos faz bem e traz benefícios para todas as áreas de nossas vidas.

 Muitas vezes, corremos atrás de informações que não têm sentido para nossas vidas, fazemos coisas que não gostamos, interagimos com pessoas que não nos fazem bem ou que não têm os mesmos valores que os nossos, apenas para evitar sermos julgados. Vivemos intensamente para agradar aos outros e acabamos nos esquecendo de quem realmente somos e do que é importante para nós.

 

 Se você se reconheceu no que foi dito acima, saiba que a ansiedade pode ser tratada com psicoterapia e, em alguns casos, em conjunto com medicamentos prescritos por um médico psiquiatra. É importante buscar ajuda profissional e seguir o tratamento recomendado, além de fazer mudanças positivas em sua vida para melhorar sua qualidade de vida e bem-estar emocional.

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