Amores Patológicos
É comum encontrar pessoas que sofrem ou sofreram relacionamentos dolorosos e destrutivos e que não conseguem se desvencilhar dessa situação. Não existe uma forma correta ou errada de amar, já que cada indivíduo sente de maneira única. Entretanto, é importante levar em conta os sinais, principalmente quando algo não está indo bem.
Aqueles que têm autoestima baixa, passaram por abandonos, rejeições, sentimentos de menos valia e raiva em seu histórico de vida podem desenvolver um amor patológico por alguém. Por isso, é essencial observarmos os sinais.
Considerando as mudanças em nossas rotinas e na sociedade em geral, as relações afetivas também passaram por transformações. Antigamente, as relações eram vistas como um meio para homens e mulheres construírem suas famílias e terem filhos, com casamentos arranjados muitas vezes ocorrendo para garantir alianças econômicas e políticas. Hoje em dia, encontramos relacionamentos que são baseados em sentimentos de paixão, amor e afeto, e o vínculo afetivo atua como uma aliança na criação e manutenção desses relacionamentos.
No entanto, esses sentimentos nem sempre servem de base para a união dos relacionamentos. Há exceções e diversas pessoas vivem o que acham que é "amor", mas que, na verdade, o(a) parceiro(a) por vezes o(a) sufoca, limita e acaba destruindo o verdadeiro significado do que é amar. É importante que cada um esteja atento aos sinais e procure ajuda caso esteja preso em um relacionamento destrutivo.
As diversas formas do Apego
Em uma perspectiva sócio-histórica, nos tempos primitivos, a alimentação, o acasalamento e a proteção ao outro ocorriam de forma mais natural, pois a sobrevivência era a única garantia.
Com o passar do tempo, herdamos esse conceito e, ao entrarmos na fase adulta, também entramos em uma intensa busca por apoio e proteção, procurando constantemente por uma figura de apego que nos proteja e apoie, ou seja, buscamos um parceiro romântico ideal.
Biologicamente, podemos considerar que o mecanismo de apego se manifesta bem antes do afeto, pois precisamos nos sentir protegidos antes de nos conectarmos emocionalmente com outra pessoa. Quando finalmente sentimos a proteção tão almejada, nos sentimos livres para nos ligarmos a alguém.
Nosso cérebro sempre nos estimula a desenvolver relações de apego e segurança, mesmo quando o que é transmitido não é dos mais significativos.
Os relacionamentos que podem ser considerados mais duradouros são aqueles em que ambos apreciam a mesma sensação de proteção e segurança, onde ambos se sentem protegidos e cuidados.
Relacionamento Abusivo, como definir?
Relações abusivas são aquelas em que um ou ambos os parceiros buscam exercer poder e controle sobre o outro. Esses comportamentos podem começar de forma sutil e evoluir para situações mais graves, causando sofrimento emocional e físico à vítima.
Alguns sinais comuns de um relacionamento abusivo incluem ciúme excessivo, possessividade, controle sobre as decisões e ações do parceiro, isolamento do convívio social e familiar, violência verbal e/ou física, coerção sexual e humilhação. É importante lembrar que esses comportamentos não são normais ou aceitáveis em um relacionamento saudável.
O primeiro passo para sair de um relacionamento abusivo é reconhecer que o comportamento do parceiro é abusivo e buscar ajuda. É fundamental conversar com amigos e familiares em quem se confia, e procurar orientação profissional, como um psicólogo ou assistente social.
Não há justificativa para o comportamento abusivo em um relacionamento. É importante buscar ajuda e apoio para sair dessa situação e iniciar uma vida saudável e feliz.
Relacionamentos tóxicos e abusivos: as diferenças e semelhanças
Tanto relacionamentos abusivos quanto tóxicos são considerados prejudiciais e insalubres, mas existem algumas diferenças e semelhanças entre eles.
Uma das principais diferenças é que os relacionamentos abusivos geralmente envolvem comportamentos de controle, violência física ou verbal e manipulação, enquanto os relacionamentos tóxicos podem ser mais sutis e envolver comportamentos como ciúme, criticismo constante, desrespeito aos limites pessoais, desequilíbrio emocional e dependência emocional excessiva.
No entanto, tanto os relacionamentos abusivos quanto os tóxicos têm algumas semelhanças. Ambos podem afetar a autoestima e a autoconfiança de uma pessoa, levando-a a questionar sua capacidade de tomar decisões e acreditar em si mesma. Ambos também podem ser difíceis de terminar, especialmente se a pessoa se sentir emocionalmente ligada ao parceiro ou sentir medo de represálias.
Independentemente de ser um relacionamento abusivo ou tóxico, é importante procurar ajuda se você estiver passando por uma situação assim. Isso pode incluir aconselhamento profissional, apoio de amigos e familiares e, em alguns casos, medidas legais para garantir sua segurança e bem-estar.
As dificuldades encontradas para sair desse tipo de relação
As causas das dificuldades em sair de um relacionamento abusivo são diversas, incluindo fatores econômicos, emocionais, legais e burocráticos.
Inicialmente, o agressor pode prometer mudanças que nunca se concretizam, e a vítima pode questionar-se se o abuso surgiu por culpa própria, por falta de informação ou por não saber reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo. Infelizmente, nossa sociedade ainda tende a culpar as vítimas em vez de responsabilizar os agressores.
As dificuldades emocionais e afetivas são intensas, já que a vítima se sente insegura e com medo do que pode acontecer no futuro, teme a reação do agressor, o abandono e acredita que não conseguirá superar e seguir em frente.
Em relação às questões legais, a falta de informação sobre o processo jurídico pode ser um obstáculo, assim como a demora e a burocracia para obter uma medida protetiva ou uma decisão judicial.
Socialmente, o agressor pode ter isolado a vítima de amigos e familiares, o que dificulta ainda mais a saída da relação abusiva.
Além disso, se a vítima é financeiramente dependente do agressor, essa dependência econômica pode ser mais um fator a dificultar a saída do relacionamento abusivo.
É importante lembrar que sair de um relacionamento abusivo não é fácil, mas é possível. É necessário buscar apoio de pessoas de confiança, informar-se sobre os direitos e as medidas protetivas disponíveis e procurar ajuda profissional para lidar com as dificuldades emocionais.
Como identificar um relacionamento abusivo?
Existem diversos sinais que podem indicar um relacionamento abusivo, tais como: controle excessivo, possessividade, ciúme patológico, violência física e/ou verbal, agressividade, desrespeito e humilhação. É importante destacar que essas atitudes ocorrem de forma recorrente e contínua, causando desconforto, medo e sofrimento emocional na vítima.
Além disso, é comum que a vítima se sinta inferiorizada, culpada e sem autonomia para tomar decisões em sua vida pessoal e profissional. O agressor pode tentar controlar suas escolhas, como as roupas que usa, com quem fala ou sai, suas amizades e atividades de lazer.
É importante salientar que um relacionamento abusivo não se caracteriza apenas pela violência física, mas também pela violência psicológica, sexual, financeira e patrimonial. É fundamental que a vítima esteja atenta aos sinais e busque ajuda de profissionais especializados e de pessoas de confiança para sair dessa situação.
E agora, o que devo fazer?
Ao perceber que está sofrendo um relacionamento abusivo, é essencial buscar ajuda imediatamente, tanto psicológica quanto jurídica, se necessário. É importante lembrar que o abuso não é culpa da vítima e que ela tem o direito de se proteger.
Além disso, é fundamental contar com o apoio de familiares, amigos e pessoas próximas. Essa rede de apoio pode ajudar a fortalecer a vítima, oferecer acolhimento, segurança e ajuda para tomar decisões importantes.
Também é importante buscar informação sobre o tema, pois isso pode ajudar a entender melhor o que está acontecendo e a identificar o abuso com mais clareza.
Lembre-se: você tem o direito de viver uma vida livre de violência e abuso. Não hesite em buscar ajuda e suporte para se proteger e se recuperar desse tipo de relação.