Depressão não é tristeza, é doença!
- Recriar Clínica de Psicologia

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Sentimentos como tristeza, infelicidade e melancolia são parte natural da condição humana e acompanham a sociedade desde os tempos antigos. Esses estados emocionais, comuns no dia a dia, costumam surgir em resposta a acontecimentos cotidianos e, na maioria das vezes, tendem a desaparecer de forma espontânea após alguns dias.
Depressão: quando a tristeza deixa de ser passageira.
Sentimentos como tristeza, infelicidade e melancolia fazem parte da experiência humana. Desde os tempos antigos, essas emoções acompanham o ser humano e, em geral, surgem em resposta a situações do cotidiano. Na maioria das vezes, desaparecem naturalmente após alguns dias.
No entanto, quando a tristeza se torna persistente e começa a interferir nas atividades diárias, pode estar relacionada a um quadro de depressão — um transtorno psicológico que afeta o humor, os pensamentos e o comportamento.
A depressão pode causar sensação contínua de tristeza, falta de interesse, perda de energia e de autoestima, alterações no sono e no apetite, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa e, em casos mais graves, pensamentos suicidas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4,4% da população mundial vive com depressão — mais de 264 milhões de pessoas. A doença é mais frequente entre mulheres (5,1%) do que entre homens (3,6%).
No Brasil, os números também são expressivos. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 apontam que 10,2% dos brasileiros já receberam diagnóstico médico de depressão. A prevalência é maior entre mulheres (11,7%) do que entre homens (8,2%).
Quando a tristeza se transforma em doença.
A depressão vai além de um momento difícil. Quando a falta de ânimo, o desinteresse por atividades antes prazerosas, as alterações no sono e no apetite e a sensação de desesperança tornam-se intensos e constantes, comprometendo o trabalho, os estudos e as relações pessoais, é sinal de alerta.
Nesses casos, não se trata apenas de perder a felicidade, mas a vitalidade. Tarefas simples, como levantar da cama, conversar ou se alimentar, passam a exigir grande esforço, tornando o dia a dia quase insuportável.
Apesar de ser uma condição séria, a depressão ainda é frequentemente associada à fraqueza ou falta de força de vontade — o que leva muitas pessoas a sentirem vergonha e evitarem buscar ajuda. No entanto, é uma doença reconhecida, com causas genéticas, bioquímicas e psicológicas, e requer acompanhamento médico e psicológico.
O tratamento pode incluir medicação psiquiátrica, quando indicada, e psicoterapia, fundamental para compreender e manejar os fatores emocionais envolvidos.

Tipos de depressão
A depressão pode se manifestar de diferentes formas. Entre os tipos mais comuns estão:
Depressão maior – também chamada de depressão clínica, caracteriza-se por tristeza profunda, perda de interesse, alterações no sono e no apetite, fadiga e pensamentos suicidas.
Distimia – forma crônica e mais leve, mas persistente, que pode durar anos e interferir nas atividades diárias.
Depressão pós-parto – afeta mulheres após o nascimento do bebê e causa tristeza, ansiedade e dificuldade de vínculo com o recém-nascido.
Transtorno afetivo sazonal – ocorre geralmente nos meses com menos luz solar, causando cansaço, sonolência e ganho de peso.
Depressão psicótica – envolve sintomas graves, como alucinações e delírios.
Depressão bipolar – ocorre em pessoas com transtorno bipolar, alternando episódios de depressão e mania.
Depressão ansiosa – combina sintomas depressivos e de ansiedade.
Depressão reativa – surge após eventos estressantes, como perdas ou separações.
Depressão secundária – relacionada a outras condições médicas, como doenças crônicas ou deficiências nutricionais.
Principais sintomas
Os sintomas da depressão podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
Humor deprimido e sensação de vazio
Perda de interesse por atividades prazerosas
Alterações no apetite e no sono
Cansaço e falta de energia
Sentimentos de culpa e inutilidade
Dificuldade de concentração
Pensamentos suicidas
Conscientização e busca por ajuda
A depressão continua sendo cercada por estigma e desinformação, o que muitas vezes impede o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Conscientizar a população sobre a importância de buscar ajuda profissional é fundamental.
A doença tem tratamento e, com acompanhamento adequado, é possível recuperar a qualidade de vida e o bem-estar emocional.


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